Previsões para a Black Friday 2020
Dados e insights do Google
A cada ano, a Black Friday no Brasil e no mundo fica mais complexa. Como fazer previsões para a Black Friday 2020? O comportamento do consumidor se transforma frequentemente, as relações de compra e venda ganham novos formatos e a interação com o mundo digital se expande.
E em 2020, todos esses aspectos foram afetados pela pandemia e suas consequências. Com tantas transformações e incertezas, como compreender o mercado e apostar nas estratégias certas para vender mais?
Como a gente sempre mostra por aqui, informação, conhecimento e atualização são palavras-chave no dia a dia de um bom empreendedor digital! Para entender o cenário em que estamos e tomar boas decisões de negócio, é preciso buscar informação.
Vamos começar pelo Google? Como empresa de comunicação, a Google tem acesso a uma quantidade inimaginável de dados e informações sobre o comportamento das pessoas na internet.
E, recentemente, em um evento exclusivo para grandes varejistas do mundo digital, o Google apresentou uma série de dados atuais e insights sobre a Black Friday 2020.
Veja as previsões do Google para a data mais importante do seu e-commerce.
Protagonismo do e-commerce
Quando olhamos para as vendas do varejo total neste ano (janeiro a setembro), vemos uma queda de 4% em relação ao ano passado (considerando o mesmo período).
Mas, quando olhamos para o e-commerce, vemos um crescimento de 50% em relação ao ano passado. Consumidores e lojistas foram forçados a migrar para o mundo virtual. O e-commerce nunca foi tão relevante no Brasil.
As datas comemorativas deixam isso ainda mais evidente: na Páscoa o e-commerce cresceu 77% em relação ao ano passado e, no Dia dos Namorados, cresceu 67%.
Vale lembrar que em abril, na Páscoa, o comércio não essencial estava fechado em todo o Brasil. Fazer compras pela internet foi o jeito que os consumidores encontraram para presentear na data.
Mas, em junho, no Dia dos Namorados, o Brasil já estava vivendo a reabertura do comércio. E, ainda sim, as compras online dispararam. Note que o consumidor preferiu comprar pela internet mesmo quando já podia ir até as lojas. Mas vamos falar disso logo, logo!
Para onde os brasileiros estão indo?
Um insight interessante do Google vem dos dados do Waze. Isso mesmo, aquele aplicativo de navegação que você usa para ir de carro até algum lugar. Os dados mostram a navegação dos brasileiros para lojas de varejo.
Em setembro, quando a grande maioria dos estabelecimentos comerciais já estava funcionando normalmente (com os devidos cuidados, é claro), a quantidade de viagens em direção a lojas de varejo foi 17% menor do que o período anterior à pandemia (janeiro e fevereiro).
O brasileiro ainda não voltou a frequentar lojas mesmo com o isolamento mais frouxo e o comércio aberto. Isso pode indicar uma tendência de comportamento digital. Comprar pela internet deixou de ser uma necessidade e passou a ser opção.
Rodrigo Chamorro, gerente de insights de varejo do Google Brasil, explica que antes da pandemia o que incentivava as pessoas a comprarem em lojas físicas era a experiência e a imersão no produto. Enquanto o que incentivava a compra online era a hiperconveniência.
Agora, 70% das pessoas que vão a lojas físicas afirmam passar menos tempo dentro dos estabelecimentos e 62% afirmam evitar tocar em quaisquer produtos da loja. Esse novo comportamento afeta totalmente a experiência do consumidor e até mesmo a forma como lojistas podem oferecer essa experiência.
Novos e-shoppers
Em 2020, o Brasil registrou pelo menos 7.3 milhões de novos e-shoppers, ou seja, pessoas que fizeram sua primeira compra digital. Não podemos afirmar que todos esses novos consumidores digitais vão manter o hábito, mas precisamos entender que o mundo é cada vez mais digital.
Novos e-shoppers precisam ter uma experiência de compra impecável para que voltem a consumir no mundo online. Se seu e-commerce pensar nesse cliente e oferecer uma experiência intuitiva e simples, já está à frente da concorrência.
Além de tantos novos consumidores digitais, 54% das pessoas afirmam que passaram a comprar mais pela internet após o início da pandemia e continuam comprando agora.
Digitais por opção
É a partir dessa informação que Chamorro fala do surgimento de um grupo de pessoas chamado Digitais por Opção: as pessoas que preferem comprar no ambiente online mesmo que as lojas físicas estejam abertas.
O Google monitorou esse comportamento ao longo da pandemia e o dado mais atual é de que quase 40% das pessoas que compram pela internet fazem parte do Digitais por Opção.
Outra informação monitorada pelo Google é a relação entre a quantidade de buscas por unidade de produto vendida. Em quase todas as categorias o número de buscas por venda aumentou.
No primeiro trimestre de 2019, para cada smartphone vendido, foram feitas em média 50 buscas no google. No terceiro trimestre deste ano, o número subiu para 91.
Apesar de preocupar a maioria dos lojistas, essa mudança tem um lado positivo: mais tráfego no seu site, mais usuários e consumidores em potencial olhando para a sua marca.
É preciso encarar essa informação como uma oportunidade para argumentar e transformar essas buscas em vendas.
Buscas por produtos e setores
As pesquisas por promoções relacionadas à Black Friday já começaram. E dados do Google mostram que, este ano, as coisas serão diferentes.
O setor de Móveis e Decoração, por exemplo, em setembro já apresentava um volume de busca superior ao da Black Friday (final de novembro) de 2019.
Já os setores de Eletrodomésticos, TV e Vídeo e Eletrônicos apresentaram em setembro um volume de buscas superior ao mesmo período do ano passado. Ainda não atingiram o patamar visto na semana da Black Friday de 2019, mas a tendência é que seja superior.
Novas demandas
Outra surpresa que a Black Friday de 2020 traz aos varejistas são as novas demandas: categorias pouco expressivas em 2019 passaram a apresentar volume de buscas muito relevante.
O setor que mais surpreende é o de Alimentos e Bebidas. Seria a primeira vez que o segmento apresenta tanta relevância digital na Black Friday.
Todas essas informações mostram a transformação da Black Friday ao longo do tempo. O evento no Brasil começou como uma queima geral de estoque e tinha como intenção o volume de vendas.
Hoje, a Black Friday representa novas forma de ampliar a base de clientes e gerar reconhecimento de marca, ampliação das categorias e setores participantes, lançamento de produtos e a insistente tendência multicanal do comércio.